terça-feira, 2 de outubro de 2018

cerveja

a cerveja me inunda, e é por isso que eu gosto dela.
você pensaria que ela a principio invadiria minhas coxas.
isso também é verdade.
mas antes ela enche meu labirinto,
de palavras estranhas,
idiomas nunca descritos,
golpes de ar.

eu gosto da cerveja por que ela me preenche com essa amarelo azedo,
e antes que você me diga do horror que ela propõe,
eu já te digo do horror que comungamos ao estar aqui,
e nem me rebaixarei a citar nomes.

agora que lido com a zonzeira dos olhos e a dor no estômago do excesso,
percorro o caminho sórdido do retorno:
bebo muita água e olho ao redor,
busco frestas, marco bifurcações.

o aqui é opaco, lá fora brilha.
daqui a pouco tudo se renovará.
o nascimento vem lento,
para que com fome,
eu possa o sacrificar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário